Dia 29 de maio de 2009

Hoje acordar foi ainda mais difícil que nos dias anteriores. Minha bateria está acabando.
Passei a madrugada inteira tentando fazer o meu computador funcionar... fiz de tudo, mas não consigo encontrar o problema.
Enfim... como o Paul já havia partido para Berlin quando nós acordamos, tivemos que tomar café da manhã com o Haroldo e o Daniel. A casa do pai deles é muito bonita. Sentamos para tomar café da manhã com vista para o castelo da região. O castelo está em ruínas, mas segundo a Renata, que foi a única que teve oportunidade de ir pra lá, é um passeio que vale a pena fazer.
Saímos do café da manhã e fomos para a WASGAU. Esta é uma empresa de supermercados local que tem as melhores notas de qualidade da região. A pesar de ser bem mais caro que o normal, as pessoas ainda preferem comprar nas lojas wasgau do que em outros supermercados. Primeiro tivemos uma breve explicação de um dos diretores da WASGAU. Em seguida saímos para fazer um pequeno tour pela empresa. Passamos pelo setor de logística que a exemplo das empresas que visitamos, também tem tudo computadorizado e com estoque caótico. Mas o mais divertido foi tentar entrar no frízer deles de mais de 1500m2, onde a temperatura chega a -35 °C. Os trabalhadores só podem fazer turnos de 2 horas com descanso de mais duas. Ou seja... os empregados deste departamento trabalham só 6 horas dia. Andamos pelo estoque da empresa e brincamos de caça ao tesouro...rs... ficamos procurando todos os produtos que eram importados do Brasil. Adivinha? Vários... foi bem fácil de achar.O supermercado tem também alguns caminhões chegando, todos os dias, cheios de garrafas de plástico e latinhas usadas. Funciona da seguinte forma: Embutido no preço, já vai o custo da embalagem (garrafa ou lata). O cliente compra o produto, mas quando devolve a latinha pode recuperar parte do valor da embalagem. Tem diversas pessoas que passam o dia pegando as latinhas, exatamente como nós com os carroceiros, só que aqui é possível viver pegando essas coisas nas ruas com uma bicicleta, uma vez por dia. Interessante não? Acabado o nosso passeio na logística da empresa, fomos visitar a produção de pães e doces. A padaria da empresa é gigantesca. Tudo automatizado. Existem máquinas automáticas que preparam a massa com os ingredientes exatos em grande escala. Depois, podemos acompanhar a produção inteira passando por esteiras rolantes e fornos gigantes que trabalham 24 horas por dia sem a ajuda do homem praticamente. Os produtos já saem embaladinhos no final...rsrs... bom... quase.. Eu tive o prazer de comer um pouco dos produtos desta empresa e é muito bom mesmo. Bom, uma vez estando dentro de uma verdadeira indústria de alimentos, seria incoerente tentarmos sair para almoçar. Comemos por lá mesmo. E comemos bem demais...rs
Em seguida, fomos diretamente para a companhia de eletricidade da cidade. Fui recebido por um cara que parecia o ator principal do filme “ou tudo ou nada”. Ele era muito legal, e estava sempre acompanhado de um senhor de bigode completamente diferente dele. Pareciam uma dupla dinâmica. Um bastante calmo e quieto, alto e de bigode. O outro, baixinho, magrinho, agitado, e sem bigode...hehe
Eu estava acompanhado da Renata e depois de conhecer o centro de controle da empresa começamos um tour pela cidade.
Esta empresa é responsável pelo suprimento de gás, luz, água e calor para a cidade de Pirmanses e redondeza.
Bom... acho que fica mais fácil eu explicar como ela funciona pelo esqueminha que desenhei. A população (canto superior esquerdo do desenho) produz lixo, (exatamente aquelas garrafas plásticas que falei mais acima). A empresa coleta esse lixo e deixa ele em fornos gigantescos. O produto fica lá, se decompondo e produzindo um gás que é altamente inflamável. Com exaustores, a empresa retira este gás, filtra e transfere a maioria dele para a próxima planta. Uma pequena parte é retida para manter os fornos em funcionamento 24 horas por dia. É usado petróleo apenas para iniciar o processo. O gás então passa por uma tubulação e chega a uns queimadores. Altamente inflamáveis, o gás é queimado e esquenta o ar que está dentro do sistema. O ar não passa de ar presente na atmosfera, que é sugado por um motor elétrico e passa por um compressor. Ao sair do compressor ele é esquentado pelo gás, e sai do outro lado com maior temperatura e maior pressão. Vejam, quando a matéria é aquecida, ela se expande. A pressão é bem grande e com isso, a velocidade do ar aumenta consideravelmente dentro do sistema. Passa por uma turbina que é capaz de transformar esta energia mecânica em energia elétrica. A própria empresa usa parte desta energia elétrica. O restante da energia é distribuído pela cidade. Mas não devemos nos esquecer do ar quente e do gás queimado que ainda estão dentro do sistema. Hiper aquecidos, esses gases passam por uma série de tubos de água para que possam trocar calor. Com uma aula de física básica aprendemos que sempre que encostamos uma coisa na outra, existe uma troca de calor. As vezes, esta troca de calor pode acontecer por irradiação. Outras vezes é pelo simples contato. Por exemplo, quando pegamos um pedaço de gelo com as mãos, passamos a trocar energia térmica com o gelo. O gelo esquenta e nossa mão esfria. Isso acontece porque a natureza tende ao equilíbrio. O material mais quente transfere calor para o mais frio tendendo a igualar as temperaturas no meio. É exatamente isso que acontece com a água e o ar quente da empresa. Ao entrarem em contato, o ar transfere energia térmica (calor) para a água. Considerando a alta temperatura do ar, ambos saem relativamente quentes do outro lado do processo. Para a água, o circuito é fechado, pois ela é usada para aquecer os lares da população e também para aquecer as águas das torneiras da cidade. Parte desta água retorna fria para o início do processo, mas outra parte simplesmente se perde. Por isso, a empresa mantém poços gigantes de suprimento de água. O restante do gás é simplesmente liberado na atmosfera como mostra o esquema.
Duas coisas me deixaram preocupado com relação a este esquema. Primeiro... o sistema de calefação produz calor que é transferido para a atmosfera. De certo modo, estamos aquecendo o meio ambiente. Segundo, se olharmos para o que estamos liberando na atmosfera, veremos que são gases poluentes como o monóxido de carbono e o NO2.
Mas a eficiência da empresa chaga, por meio deste sistema, a 95%.
Saindo de lá nos encontramos todos na frente do banco do pai do Daniel e fomos comer em um Kindergarden (sei lá se escrevi isso certo...rs) Tirando o frio da noite, foi bem legal. Depois fomos para casa tentar mais uma vez consertar meu computador madrugada a dentro.