Dia 26 de Maio
Após tomarmos café da manhã todos juntos, entramos na nossa “perua escolar” e fomos para St. Wendel, que é uma cidade de 5.000 habitantes. Lá encontramos com a Michele Leivi, uma brasileira que se mudou para a Alemanha a 15 anos atrás. Aos 17 anos, ela veio para a Alemanha pelo programa de intercâmbio do Rotary e começou a namorar. 1 ano depois de ter voltado para o Brasil, ela acabou se casando com ele e desde então ela tem morado aqui.
Como o dia era de profissionais, o Rotary de St. Wendel preparou algumas coisas mais específicas para cada um. O Peterso ficou na biblioteca da cidade. A Renata foi visitar uma farmácia. A Leda foi conhecer o jornal da cidade. O Daniel e o Haroldo foram conhecer um corretor de investimentos da cidade. E eu, fui com a Michele conhecer o supermercado Globus, um dois maiores supermercados da Alemanha. No início não tinha entendido direito o que ia fazer lá, e muito menos o motivo de ser acompanhado pela Mi, que trabalha como secretária de um cientista engenheiro que pesquisa robótica e interfaces 3D.
Mas ao chegarmos lá, fui levado diretamente para o segundo andar do supermercado, e entendi na hora. O segundo andar inteiro era destinado a produtos têxteis, sendo que 30% do andar era reservado aos produtos infantis e para bebê. Comecei a tentar me comunicar com a simpática senhora que ia me mostrando as coisas, mas não estava conseguindo. Só neste momento que eu realmente entendi a importância da Mi. Sem poupar esforços, ela começou a traduzir tudo o que eu perguntava e depois me traduzia a resposta. Ela parecia as vezes até mais empolgada que eu quando descobria como as coisas funcionavam na loja. Lá aprendi que o supermercado e as lojas especializadas não são concorrentes diretos por trabalharem com clientes diferentes e terem produtos e atendimentos diferentes. Consegui entender melhor como eles expõem as mercadorias, sempre aglutinando tudo pela cor. Verifiquei também que os tamanhos infantis nada tem a ver com o modelo que eu utilizava para os uniformes. Aqui eles se referem unicamente a altura da criança. Ou seja... se a criança tem 66cm de altura, o número dela é 66. Interessante né?
A gerente daquele setor me explicou também como era feito o controle do estoque e a diferença entre os produtos básicos e os de coleção.
Eu gostei muito do que vi. Eles importam alguns produtos, e talvez seja um bom negócio para o meu primo David.
Saímos de lá e fomos para o ponto de encontro. Estavam todos sorridentes. Aparentemente todos gostaram muito das suas visitas. O Daniel e o Haroldo comemoravam terem conhecido a empresa do Rotariano que tinha ainda uma imobiliária. A Leda estava bastante feliz com o que viu no jornal, e a Renata feliz com as diferenças entre o sistema de venda de remédios daqui e do Brasil. Mas quem me surpreendeu mesmo foi o Peterso. Inicialmente achei que ele não iria gostar do programa, mas ele ficou muito contente em ver o funcionamento de uma biblioteca. Contou pra nós que as bibliotecas de lá não param. Tem gente que vai todo dia só pra ler o jornal....hehe... que bom.
Mas a fome já estava buzinando sem parar. Pegamos o carro e fomos até um hotel. Mas o hotel não era um hotel normal. Era um hotel com um enorme campo de golf. E que restaurante... a decoração era de primeira... e a comida não ficou atrás. Comemos até estufar, e saímos para apreciar a paisagem. Pegamos uns carrinhos de golf e já começamos a praticar para o que nos esperava mais a noite.
Gente, o campo de golf é enorme e lindo. Tiramos algumas fotos. No final acabamos ganhando uma bolinha da Michele que se despediu de nós. Voltamos para casa correndo, porque precisávamos nos trocar. Alguns de vocês devem estar imaginando o que será que nos aguardava, e para não deixar que a imaginação de cada um supere a realidade dos fatos, vou contar de uma vez.
O Rotaract de lá nos convidou para uma corrida de Kart. Ao chegarmos lá, descobrimos que teríamos na verdade um campeonato entre os Rotaractianos, os Rotarianos e nós. Eles fazem isso todos os anos com os igístas. O primeiro foi a 10 anos. O frio na barriga ia crescendo a medida em que íamos recebendo o capuz e as luvas. A mistura de pavor e ansiedade estampada na cara da Leda, do Peterso e do Daniel me deixava ainda mais empolgado. Nenhum deles havia experimentado a sensação de correr a menos de 4 cm do chão. E eu sabia bem o que eles estavam por conhecer. Nosso pai nos contou como seria o regulamento. 3 equipes seriam formadas por 6 pessoas cada. Teríamos então 3 baterias. Rotaract contra IGE, Rotaract contra Rotary e IGE contra Rotary.
De lado, um rotaractiano (presidente) nos contou quem eram os grandes favoritos. Pasmem.. mas eram na verdade favoritas. Comprovando que mulheres podem dirigir muito melhor que muitos homens, as favoritas eram a Marion do Rotaract e a Mônica (nossa mãe) do Rotary.
A pontuação ia de 12 a 1 de acordo com a ordem de chegada.
Nos preparamos, sentamos no Kart, ligamos os motores e começamos a correr nosso 5 minutos classificatórios...
Fazia tempo que não corria de kart... pra ser mais exato, quase um ano. Mas quando vi a velocidade e qualidade da Marion correndo na minha frente, lembrei imediatamente do meu primo Renato que sempre me fazia comer poeira. Mordi os lábios e acelerei para fazer o pódio. O segundo e terceiro lugar ficaram para o Rotaract com Lars e Marion. Mas na hora que começou a corrida, em me senti em casa. Voei baixo. Cravei o tempo de 27,4 segundos e acabei a prova uma volta a frente da Marin que ficou em segundo. A Renata terminou em 5, seguida pelo Daniel em 6, o Haroldo em 8, a Leda em 10 e o Peterso em 12. Como ganhamos a primeira bateria, tivemos o direito de descansar. A corrida entre Rotary e Rotaract pegou fogo. Os líderes da prova se alternavam constantemente. O Michael mais pra trás um pouco, seguia as líderes Marion e Monika na esperança de algum acidente. A Marion abriu vantagem enquanto a Monika se defendia dos ataques do Lars, mas em uma negociação de ultrapassagem mal sucedida entre a Marion e um dos retardatários, o Kart que liderava com folga a prova rodou e foi parar em 7º lugar. Controlando o veículo com maestria, a Monika assumiu a ponta e o domínio absoluto da prova. Parecia tudo resolvido. A Monika tinha mais de meia pista de vantagem para o Lars que lutava agora com o Michael pela segunda posição, enquanto que a Marion lutava para não tomar uma volta da líder. Mas para manter a emoção da prova, aconteceu o improvável. O Kart da Monika quebrou, e até que ela pudesse trocar de kart, foi ultrapassada por 7 corredores. Teve então que fazer uma corrida de recuperação com um kart frio, e assistir, logo a sua frente, a disputa pelo primeiro lugar. A essa altura, a Marion dava um show na pista. Tirou toda a vantagem que existia entre o Michael e ela, e em uma manobra brilhante deixou o presidente do Rotary para a 3ª posição. Mas enquanto a Monika assumia a 5ª posição novamente, o Lars provava que peso não é diferencial quando se sabe pilotar um kart. Ditou o ritmo da prova e mesmo tendo uma melhor volta de 28,4 segundos, terminou com uma diferença de 3 segundos e meio na frente da Marion que teveuma melhor volta na casa de 27,8 segundos.
Não sei se foi a euforia da corrida entre o Rotary e o Rotaract, ou se foi o fato de que a Monika deu um show na pista, mas o fato é que eu estava ainda mais concentrado. Terminamos a corrida com a seguinte classificação. Alexandre em primeiro, seguido pela Monika, Michael, Thomas, Daniel (Necchi), Renata (Taguchi), Wendelin, Patrick, Lea, Leda (Rielli), Haroldo (Zascharias) e Peterso (Rissatti). Já estava definido desde a largada, mas cravando uma melhor volta de 27,2 segundos, conquistei o 4º melhor tempo do dia e terminei a prova com vantagem de 2 voltas para o segundo colocado.
Mas isso não foi tão importante quanto ver no rosto da Leda, do Daniel, do Peterso, do Haroldo e da Renata, a felicidade. Todos adoraram o programa. Ganhamos bonés, tiramos fotos no podium, recebemos o elogio por termos sido o grupo de IGE mais rápido dos últimos 10 anos, e fizemos bons amigos enquanto tomávamos aquela maravilhosa cervejinha alemã.
A primeira pessoa pra quem liguei foi para o meu amor. Contei pra ela como foi o nosso dia maravilhoso e aproveitei pra pedir pra ela contar pra Anita que o Rotaract dela não foi rápido o suficiente pra vencer o Rotaract Club de São Paulo Cambuci...hehehe Te amo amor.
Espero reencontrar todos eles na conferência distrital.

1 comentários:

Ana Elisa disse...

Parabeenss lindooo =)
foi demaais neeh! =)
Aha.. como assim a primeira pessoa? pra qm mais vc ligou?! heheehehe
=P
Tee AMAAAAAOOOOOO =)